Foto: Rosana Campos

 

Queremos que as pessoas ao entrarem numa sala que estamos tocando sintam um impacto, como um filme no qual pouco se espera e te tira do eixo. E ao deixarem o recinto, que aquele incômodo fique ali, perdurando, igual nostalgia.

Nós somos um power trio que tenta fugir do que se espera de um power trio, mas sem negligenciar a tradição. Buscamos a originalidade, com composições que partem muito do nosso feeling e daquilo que sentimos. Ao contrário de uma pintura, na qual os elementos são adicionados e formam a obra final, nós esculpimos cada sonoridade, arrancando pedaços e transformando uma ideia crua em música. É um processo composicional através da causalidade.

Uma herança da música clássica, é que a atenção do público não necessariamente se fixe nos músicos como pessoas, mas na banda como uma entidade. E justamente esta junção de pessoas que forma uma parede sonora que realmente importa no palco. A performance vem para complementar o som que se produz e não o contrário.

Procuramos uma conexão com o público, não necessariamente verbal ou direta, mas íntima, atrás de cada acorde dissonante, nota rasgada ou letra cuspida.